1 de outubro de 2019

Mulheres, negros e idosos vão movimentar varejo nos próximos 12 meses, diz pesquisa

Os grupos compostos por mulheres, negros e idosos serão os segmentos de consumidores que irão liderar o consumo no Brasil, nos próximos 12 meses. A constatação faz parte da pesquisa “O Varejo pelo olhar do Consumidor”, do Instituto Locomotiva, que ouviu 1500 brasileiros, com 18 anos ou mais, entre os dias 15 e 28 de junho.

 

A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais. Esses segmentos são chamados pela pesquisa de Clube do Trilhão, pois abordam as diferentes populações que movimentarão mais de R$ 1 trilhão nos próximos 12 meses. Esses grupos vão liderar o consumo no país, segundo a pesquisa.

Mulheres

Entre esses grupos, estão as mulheres, que já somam 108 milhões no Brasil, um número que poderia ser considerado o 13º paÍs mais populoso do mundo. Com renda própria, de acordo com o estudo, elas movimentam R$ 1,9 trilhão na economia brasileira ou 41% de todo dinheiro que circulará pelas mãos dos brasileiros.

Grey Power

Outro grupo é o chamado de Grey Power, formado por homens e mulheres com 50 anos ou mais. São 59 milhões de brasileiros nesta faixa etária, que movimentarão aproximadamente R$ 2,1 trilhões por ano.

Negros

A população brasileira cada vez mais se considera negra, como mostra o gráfico abaixo. E, de acordo com a pesquisa, os negros movimentarão aproximadamente R$ 1,9 trilhão nos próximos 12 meses.

Clientes exigentes

O estudo mostra ainda que os consumidores estão mais exigentes em relação aos seus direitos. 89% dizem que quando vão às compras têm mais consciência dos seus direitos do que tinham no passado. E 77% afirmam exigir mais os seus direitos hoje do que há 10 anos.

O levantamento revela também que a população está mais exigente em relação à postura das empresas. 85% concordam que as companhias devem respeitar a diversidade de seus clientes. E 83% afirmam que gostariam de ser mais ouvidos pelas empresas.

Outro ponto relevante é que 2 em cada 3 consumidores dizem preferir marcas e empresas que tenham valores parecidos com os seus. No entanto, os brasileiros, de acordo com o estudo, não enxergam nas empresas os valores que enxergam em si mesmos.

Consumidores mais conscientes

Um número preocupante para o setor é que é que 67,9 milhões de brasileiros não se identificam com nenhuma marca de empresas varejistas. Além disso, muitas vezes também não se sentem respeitados por elas. 88% afirmam que as empresas não se importam com seus consumidores, apenas com seus lucros.

“Nós temos um brasileiro cada vez mais informado, mais exigente, mais experiente e que aprende com os próprios erros. Eu arrisco a dizer que a única coisa que cresceu no Brasil, durante a crise, foi o consumidor e a capacidade de comprar bem dos consumidores brasileiros”, afirmou Renato Meirelles, presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva.

Ele explica que “por outro lado, é um consumidor muito mais desconfiado, que passa a usar a rede mundial de computadores, que sabe do seu poder e usa esse poder na relação com o varejo e com as marcas”. De acordo com Meirelles, esse é um consumidor muito mais mobilizado e engajado para temas sociais do que no passado. E isso provoca um novo desafio para o varejo. “Faz ou não faz sentido ter uma coleção unissex de roupa, por exemplo?”, questiona Meirelles.

Fonte: E-commerce Brasil