24 de abril de 2019

Pesquisa mostra maturidade do brasileiro no ambiente digital

O Google realizou em parceria com a McKinsey um estudo inédito sobre o uso qualitativo de dispositivos digitais no Brasil. Ao todo, 2.477 pessoas em, 12 estados e 28 cidades, responderam a três perguntas, com nota de 0 a 5, sobre a relevância do ambiente digital:

1 - Quais são as competências digitais que o brasileiro domina e não domina?

2 - Onde estão as maiores oportunidades de capacitação do ambiente digital?

3 - O que o índice significa para a economia?

Uma das preocupações do estudo é entender como a digitalização da população pode trazer retorno financeiro para as pessoas e impactar suas vidas de maneira positiva. A pesquisa mostra que é possível diferenciar a grande parcela da população conectada com o uso produtivo do ambiente digital.

Acesso

Na categoria acesso, por exemplo, a nota média na categoria foi 3,5. Aqui, são incluídas habilidades como ligar, configurar e conectar aparelhos eletrônicos. A maior parte dos entrevistados alegou dominá-las. Já atividades que requerem maior conhecimento técnico, como uso de softwares de voz e configuração específica de programas, são relatados com notas baixas. Ou seja, não são dominadas pela população.

Segundo a pesquisa "We are Social" de 2018, sete em cada 10 brasileiros estão presentes em alguma rede social. O número é 45% acima da média mundial. Esses dados provam que o acesso é uma realidade para a maior parte dos brasileiros, sendo a troca de mensagens por aplicativos o principal uso reportado na pesquisa. Além disso, de acordo com o IBGE, 67% da população tem um smartphone, o que aumenta a importância do mobile na percepção do universo digital do país. Ao todo, são 9 horas por dia empreendidas pelo brasileiro na internet. O consumo de vídeos cresceu significativamente nos últimos quatro anos também – 135% – e o Brasil é o 4º colocado em tempo de visualização de tela do YouTube. A cada 10 usuários, nove dizem buscar novas formas de conhecimento.

Uso

A segunda competência avaliada sobre a proficiência foi o Uso. Nesta categoria, o brasileiro também fica na média, com nota de 3,4. Pelas respostas coletadas, o brasileiro ainda tem grandes dificuldades e incertezas a respeito das informações salvas na “nuvem”, usando Google Drive, iCloud ou Dropbox ou seja, sem deixá-las em um lugar físico, como um notebook ou até servidores contratados ou próprios.

As atividades digitais, como compras e aprendizado, estão ganhando visibilidade mas ainda não são aproveitadas com profundidade pelo brasileiro. O país encontra-se como 4ª potência de presença online, mas em 8ª posição quando se trata de consumo online.

Segurança

Em relação à segurança, a pesquisa mostra que o brasileiro consegue reconhecer situações em que seus dados estão em risco no ambiente digital. Por outro lado, a nota é prejudicada pela falta de discernimento para sites confiáveis. As transações online também foram relatadas como um ponto negativo, principalmente por conta da confiabilidade na hora de realizar compras.

Criação

A habilidade em criação foi a que recebeu a pior nota por parte dos usuários em ambiente digital. Esta é uma das segmentações que causa maior impacto na renda da população. Como aspecto negativo, o usuário tem pouca maturidade com ferramentas que envolvem o conceito de machine learning e uso de sistema de dados.

 

Já como aspecto positivo, existe uma aproximação de conhecimentos como edição de material em vídeo, além de criação e desenvolvimento de apresentações. Sendo Criação a atividade mais sofisticada, consequentemente é que tem menor nível de maturidade por parte da população.

Combinação das habilidades

Aproveitadas, as habilidades podem ter um impacto positivo de até R$ 380 na renda mensal de um indivíduo que as domine. Esse valor corresponde a 40% do atual salário mínimo. Os dados da McKinsey projetam um aumento de 15% no Produto Interno Bruto (PIB) para os próximos anos (até 2025) caso as habilidades sejam trabalhadas e aplicadas em atividades econômicas. O desenvolvimento de tais habilidades, em um valor numérico, representaria um aumento de US$ 70 bilhões no PIB nos próximos cinco anos.